Moçambique prepara-se para receber 100 antenas de radioastronomia destinadas a criação de duas estações de astronomia nas províncias de Manica e Tete, até 2027. A criação destas unidades faz parte de um amplo projecto internacional que prevê conectar cerca de 4 mil antenas de radioastronomia espalhadas em diversos locais do mundo para a colecta de dados através da astronomia visando a produção científica para várias áreas do saber.
Com a criação das duas estações e com capacidade técnica interna em recursos humanos, Moçambique estará em condições de integrar o Observatório Internacional SKA (Organização Radio astronómica Internacional).
Entretanto, como forma de preparar o país para este objectivo internacional, Moçambique, através da UEM, com a parceria do Ministério da Ciência e Tecnologia, está a ajudar a formar moçambicanos com os níveis de mestrado e doutoramento, para que possam estar capacitados para responder a demanda quando o país acolher este evento global. Em Moçambique, o movimento de treinamento de astrónomos está a ser implementado através do projecto DARA da Faculdade de Ciências.
Segundo o Coordenador do Projecto DARA, Prof. Doutor Cláudio Moisés, até ao momento, três moçambicanos já foram formados em astronomia no Brasil e África do Sul, e dois outros encontram-se a frequentar mestrados no Reino Unido e na África do Sul. Mais outros três estudantes seguem viajem nos próximos dias para fazerem mestrados na Namíbia e África do Sul.
Além destas formações académicas, decorrem outras iniciativas ao nível do grupo de Astrofísica e Ciências Espaciais e Inteligência Artificial da Faculdade de Ciências como a deslocação de estudantes para a república do Gana para treinamento e ainda um projecto de iniciação científica. "Numa fase inicial estamos a trabalhar com o governo sul-africano para termos duas antenas de treinamento aqui na UEM para conciliarmos a teoria e a prática", disse.
Adiantou que decorrem trabalhos entre o grupo de Astrofísica e Ciências Espaciais e Inteligência Artificial da Faculdade Ciências e o governo sul-africano para criação de um pequeno observatório de treinamento e evitar, dessa forma, as deslocações para Gana.

Fonte: site da UEM